IA toma protagonismo no Febraban Tech 2025

Por André Martinez

A inteligência artificial (IA) foi o eixo central da Febraban Tech 2025, maior evento de tecnologia e inovação do setor financeiro da América Latina, realizado entre os dias 10 e 12 de junho, em São Paulo. Empresas como Iron Mountain, Claro, Stefanini, Topaz e Capgemini demonstraram, na prática, como a IA deixou de ser tendência para se tornar realidade estratégica no crescimento, produtividade e reinvenção das instituições financeiras, sendo alguns dos destaques do evento.

Durante a convenção, a Iron Mountain apresentou os resultados de um estudo global que posiciona o Brasil como um dos países mais avançados no preparo de dados para aplicações de IA. 45% dos executivos brasileiros disseram que tornar os dados prontos para IA é a prioridade para os próximos 12 meses, enquanto 30% miram a gestão de dados não estruturados - ambos bem acima da média global.

“É muito claro que as empresas brasileiras precisam de estratégias e ferramentas específicas para gerenciar todo o ciclo de vida dos dados não-estruturados para IA, de modo que possam avançar em seus projetos”, afirmou Ana Carla Martins Netto, Diretora Geral Comercial da Iron Mountain Brasil. 

Segundo o levantamento, 60% das empresas brasileiras reportaram ganhos de produtividade entre 10% e 20%, e a média de aumento de receita chegou a US$1,8 bilhão nos últimos 12 meses.

Ainda assim, os desafios persistem. O principal é o preparo da força de trabalho: 43% das empresas brasileiras apontaram lacunas no conhecimento técnico em IA, número bem acima da média global (28%). Além disso, as perdas relacionadas à integridade dos dados somaram em média US$331 mil por organização.

Para responder a esses desafios, a Iron Mountain tem apostado na plataforma InSight DXP, que automatiza a extração e organização de metadados em dados não estruturados com velocidade e precisão. A solução prepara as informações para serem usadas em modelos de IA generativa e outras aplicações inteligentes, impulsionando decisões mais assertivas e seguras.

Stefanini e Topaz seguem AI-First

Com um portfólio robusto e orientado pelo conceito AI-First, Stefanini e Topaz apresentaram soluções que combinam IA generativa, Open Finance, plataformas digitais, prevenção a fraudes, produtos White Label e hiperpersonalização do atendimento.

“A inteligência artificial não é mais uma promessa futura — ela já está impulsionando ganhos concretos de produtividade, eficiência e personalização no setor financeiro”, destacou Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini Brasil.

Entre os lançamentos, o Grupo Stefanini destacou sua oferta em nuvem híbrida com suporte para aplicações críticas de IA, e apresentou seu Cyber Risk Operating Center (CROC), sistema que monitora e quantifica riscos cibernéticos de forma contínua, automatizada e preditiva. A proposta é clara: sair da lógica reativa e antecipar ameaças em tempo real.

A empresa também demonstrou o uso de IA generativa aliada à modelagem estatística e agentes autônomos, capazes de transformar dados técnicos em insights acionáveis e personalizados. Segundo a companhia, essa abordagem democratiza a análise de dados nas instituições, dando mais agilidade à tomada de decisão em áreas antes dependentes exclusivamente de especialistas técnicos.

Já a Topaz, apresentou uma nova funcionalidade da solução SecureJourney, voltada à identificação digital para governos, além de reforçar sua atuação em pagamentos instantâneos na América Latina com a aquisição da unidade de negócios da Valid na Colômbia.

“Estamos fomentando o ecossistema financeiro regional para tornar os serviços bancários digitais mais acessíveis para todos”, explicou Jorge Iglesias, CEO da Topaz.

Capgemini aposta em banco agêntico, pagamento facial e IA sob demanda

No mezanino do evento, a Capgemini Brasil criou uma experiência imersiva com seu banco agêntico - estrutura digital interativa formada por agentes independentes de crédito, seguros e investimentos. Silvio Dantas, diretor de Inovação Aplicada da Capgemini Brasil, conduziu demonstrações ao vivo, nas quais os visitantes puderam interagir com os agentes em tempo real.

Outro destaque foi o pagamento facial integrado a agentes de IA, usado no próprio estande para o consumo de café — uma amostra do potencial da tecnologia aplicada ao dia a dia bancário e comercial. Já a Fábrica de Agentes, liderada por Ricardo Felippetti, permitiu a criação em tempo real de agentes autônomos personalizados, capazes de atuar em setores variados, até mesmo em redações jornalísticas.

A empresa ainda apresentou a instalação “Futuros Presentes”, uma linha do tempo com 25 inovações previstas para os próximos dez anos, criadas a partir de estudos de tendências conduzidos por Mateus Oazem, futurista da Capgemini Brasil.

Transformação em alta velocidade e IA no centro das decisões
Com soluções que envolvem atendimento empático por IA, GenAI aplicada ao phygital, Pix Automático, Drex, embedded finance e IA como assistente financeiro individual, as empresas reforçaram que a inteligência artificial não só apoia, mas também lidera a transformação do setor financeiro.

“Estamos vivendo uma aceleração sem precedentes no setor financeiro. Nossa missão é ser o parceiro estratégico que ajuda as instituições a navegarem nessa transformação com segurança, inteligência e velocidade, priorizando o nosso posicionamento AI-First”, completou Jorge Iglesias, da Topaz.

Claro aposta em GenAI e multicloud para transformar o atendimento 

A Claro empresas, por outro lado, lançou na feira sua primeira grande entrega após o investimento de R$1 bilhão em expansão da Claro cloud: a integração da Amazon Web Services (AWS) à plataforma, com habilitação de Inteligência Artificial Generativa (Gen AI). A novidade posiciona a Claro cloud como um ambiente estratégico para o desenvolvimento e operação de soluções com IA, oferecendo alta escalabilidade, segurança e flexibilidade.

"Uma das áreas onde a Gen AI já pode oferecer resultados concretos e seguros é o Atendimento ao Cliente. No cenário competitivo do setor financeiro, onde o tempo e a clareza podem mudar a percepção do consumidor sobre uma marca, disponibilizar uma ajuda ágil, eficiente e satisfatória é fundamental para fortalecer essa relação", explicou Raquel Possamai, diretora executiva da Claro empresas para o Mercado Financeiro.

Em seu estande, a Claro apresentou casos reais:

• A otimização da URA com IA reduziu em 21% o tempo de atendimento, aumentou a retenção em 5 pontos percentuais e elevou o NPS transacional em 21 pontos.
• O Copiloto de Atendimento, que fornece diagnóstico e recomendações ao atendente em tempo real, elevou a resolução na primeira chamada em 9 pontos percentuais e reduziu o tempo total em 9%.

Para ampliar essas possibilidades, a empresa aposta no Centro de Excelência Operacional em Inteligência Artificial (CeO-IA), que desenvolve soluções escaláveis de IA Preditiva e GenAI. 

"Assim que lançamos o CeO-IA, o setor financeiro foi o primeiro a conhecer as possibilidades", destacou Raquel.

Para a IA4FIN, comunidade 100% dedicada à inteligência artificial no ecossistema financeiro, a Febraban Tech 2025 confirmou: a IA já é protagonista — e deve ser tratada como motor de negócios, diferencial competitivo e alicerce da inovação com responsabilidade. O momento agora é de integrar tecnologia, estratégia e cultura organizacional, construindo valor real com IA em todos os pontos de contato com o cliente e o mercado.

O uso da inteligência artificial no setor financeiro se consolida como uma nova era, e a IA4FIN propõe um ambiente colaborativo e inovador, que mantém profissionais e empresas atualizados o ano todo, além de estimular negócios que impulsionam essa transformação. Para estar na vanguarda dessa revolução, acompanhe a IA4FIN e conecte-se a um ecossistema de oportunidades, conhecimento e inovação contínua. Entre agora no grupo (clique AQUI) e torne-se um membro gratuito!